Já tínhamos ouvido bastante relatos do sistema de saúde canadense, o que nos dava um pouco de medo e preocupação, é que a grande maioria dos relatos eram negativos. Em quase 5 meses de Canadá, ainda não tínhamos tido a necessidade de ir a algum médico.
Quando chegamos aqui, recebemos a informação que o sistema de saúde e educação no país são públicos. Que o país prega que independente da classe social, todos devem ter o mesmo direito e o mesmo acesso a saúde e educação. Já ouvimos falar muito que os médicos do Canadá não são bons. Que falta médico, e que para conseguir uma consulta é necessário esperar meses. Ouvimos também que é de extrema importância ter um médico da família, pois só esse médico pode encaminhar para um especialista. Logo que chegamos até fomos atrás de médicos da família, mas devido ao crescimento da população da cidade de Calgary, não encontramos nenhum que estivesse aceitando novos pacientes.
Renato foi esquiar no fim de semana, e devido ao frio e principalmente ao vento, voltou para casa com o rosto todo queimado. São coisas que estamos aprendendo com a experiência, o frio queima muito mais que o sol. Com o passar da semana, o rosto dele não foi melhorando, ao contrário, ontem estava bem inchado, vermelho, coçando, ardendo e a pele bastante seca. Ficamos preocupados e resolvemos hoje procurar um médico.
Já tínhamos ouvido falar nas walk - in clinics também. São clínicas médicas que você não precisa marcar consulta, basta entrar e pronto. Mas já havíamos ouvido também que você só pode ser atendido na clinica mais perto da sua residência.
Bom, resolvemos tentar e ver no que ia dar, entrei na internet e procurei por walk-in clinics que abrissem cedo e que fossem perto do meu trabalho, dessa forma, ao sair do médico eu não perderia muito tempo para chegar ao trabalho. Não procurei perto da nossa residência, pois moramos no centro. Estacionamento por aqui é muito difícil, e os poucos que tem são bem caros. Em alguns lugares simplesmente não tem. O que provavelmente iria acontecer era termos que ir andando. Mas a temperatura estava -14, então a idéia não seria tão boa assim. Consegui dois endereços de clinicas que abrem às 9:00, na região de NE, região onde eu trabalho.
Arriscamos a primeira, quando chegamos no estacionamento, Renato falou: quanto carro, deve estar cheio. Eu tive que concordar. Desci do carro e ele ficou esperando, fui ver se ele tinha condições de ser atendido. Ele não desceu para não pegar frio desnecessariamente.
A clínica era pequena, realmente estava bem cheia, e não era muito moderna. Mas era limpa, organizada e não deixava nada a desejar se comparado as clínicas particulares um pouco mais antigas do Brasil. Cheguei, falei com a secretária que não tínhamos marcado consulta, que era a nossa primeira vez naquele lugar, que o meu marido estava doente e se havia condições dele ser atendido. Ela, muito simpática, disse claro que sim. Cadê ele? Eu disse: está no carro, vou ligar para ele vir. Ela apenas pediu para eu preencher uma ficha bem simples, e assim que ele entrou pediu o número do cartão de saúde de Alberta, e disse que ele deveria ser chamado em aproximadamente 30 minutos.
Por falar no cartão de saúde de Alberta, esse é sem dúvida um dos primeiros documentos que o imigrante deve providenciar. Sai na hora, é bem simples, e você só pode ser atendido em qualquer clínica ou hospital, com esse documento.
Esperamos menos de 15 minutos e ele já foi chamado. Fomos atendido por um médico grego, muito simpático, que brincou com a gente dizendo que eu deveria trocar de marido já que esse estava doente! Examinou e disse que deveria ser alergia. Prescreveu o remédio e disse que havia uma farmácia naquela mesma galeria. Saímos da clínica após aprox. 30 minutos da hora que chegamos, sem pagar um centavo pela consulta.
Fomos direto para a farmácia. O atendente pediu umas informações para preenchimento do cadastro, e demos a receita. Ele pediu 5 minutos e logo voltou. Perguntou a Renato se o remédio que o médico havia passado era um para alergia e o outro uma loção para pele seca. Renato respondeu que sim. Isso me fez lembrar uma situação que eu passei há alguns meses atrás, ainda no Brasil. Eu estava numa crise de urticária muito forte, já tinha ido ao hospital tomar injeção no dia anterior e naquele dia, e no hospital a médica prescreveu um outro remédio para eu ficar tomando em casa. Antes de irmos para casa, passamos na farmácia para comprar o remédio. Compramos, e eu tomei 2 comprimidos, sem checar a bula e o nome do remédio. No dia seguinte, eu simplesmente não conseguia levantar da cama, a urticária não havia melhorado nada e ainda por cima eu estava com um mal estar terrível. Depois de algum tempo, minha mãe preocupada com a situação, foi olhar o remédio que eu estava tomando. O rapaz da farmácia havia me dado o remédio errado, cujo a função era baixar a pressão. O resultado disso, foi dois dias de internação.
Achei o máximo o rapaz da farmácia aqui checar para que serve o remédio, dessa forma, diminui consideravelmente a possibilidade da pessoa levar para casa o remédio errado. E não foi só isso que ele fez, ainda explicou como usar cada um dos remédios. Disse que o comprimido Renato deveria tomar 3 vezes ao dia. E que logo após ele tomar ele vai sentir sonolência, portanto ele não deve dirigir logo após tomar o remédio. Depois explicou como usar a loção. Disse que vai fazer a pele despelar. Que ele deve usar duas vezes por dia, mas não é recomendável o uso prolongado, que use por poucos dias.
Muitas empresas aqui dão como benefício para os funcionários um plano de saúde complementar. Tanto a minha empresa quanto a de Renato da direito. O que é isso? É um plano de saúde privado, que cobre o que o plano público de Alberta não cobre. Como por exemplo, sessões de massagem, armação de óculos, remédios, etc. Tudo o que o plano público cobre, não é permitido por lei que os planos complementares, ou os planos privados cubram.
Então, ao comprar os remédios Renato apresentou o cartão do plano de saúde, e os remédios que custariam um pouco mais de 40 dólares, ficaram por 0. Menos de 1 hora após sairmos de casa, saímos da farmácia, com os remédios nas mãos, com as explicações e não gastamos nenhum centavo.
Agora eu pergunto as pessoas que falam que o sistema de saúde daqui não presta, o que seria melhor que isso??
Essa foi a nossa primeira e única experiência com o sistema de saúde de AB até o momento. Eu realmente pretendo não ter outra pelo menos em mais 5 meses, mas realmente não consigo imaginar algo melhor que isso.
Quando chegamos aqui, recebemos a informação que o sistema de saúde e educação no país são públicos. Que o país prega que independente da classe social, todos devem ter o mesmo direito e o mesmo acesso a saúde e educação. Já ouvimos falar muito que os médicos do Canadá não são bons. Que falta médico, e que para conseguir uma consulta é necessário esperar meses. Ouvimos também que é de extrema importância ter um médico da família, pois só esse médico pode encaminhar para um especialista. Logo que chegamos até fomos atrás de médicos da família, mas devido ao crescimento da população da cidade de Calgary, não encontramos nenhum que estivesse aceitando novos pacientes.
Renato foi esquiar no fim de semana, e devido ao frio e principalmente ao vento, voltou para casa com o rosto todo queimado. São coisas que estamos aprendendo com a experiência, o frio queima muito mais que o sol. Com o passar da semana, o rosto dele não foi melhorando, ao contrário, ontem estava bem inchado, vermelho, coçando, ardendo e a pele bastante seca. Ficamos preocupados e resolvemos hoje procurar um médico.
Já tínhamos ouvido falar nas walk - in clinics também. São clínicas médicas que você não precisa marcar consulta, basta entrar e pronto. Mas já havíamos ouvido também que você só pode ser atendido na clinica mais perto da sua residência.
Bom, resolvemos tentar e ver no que ia dar, entrei na internet e procurei por walk-in clinics que abrissem cedo e que fossem perto do meu trabalho, dessa forma, ao sair do médico eu não perderia muito tempo para chegar ao trabalho. Não procurei perto da nossa residência, pois moramos no centro. Estacionamento por aqui é muito difícil, e os poucos que tem são bem caros. Em alguns lugares simplesmente não tem. O que provavelmente iria acontecer era termos que ir andando. Mas a temperatura estava -14, então a idéia não seria tão boa assim. Consegui dois endereços de clinicas que abrem às 9:00, na região de NE, região onde eu trabalho.
Arriscamos a primeira, quando chegamos no estacionamento, Renato falou: quanto carro, deve estar cheio. Eu tive que concordar. Desci do carro e ele ficou esperando, fui ver se ele tinha condições de ser atendido. Ele não desceu para não pegar frio desnecessariamente.
A clínica era pequena, realmente estava bem cheia, e não era muito moderna. Mas era limpa, organizada e não deixava nada a desejar se comparado as clínicas particulares um pouco mais antigas do Brasil. Cheguei, falei com a secretária que não tínhamos marcado consulta, que era a nossa primeira vez naquele lugar, que o meu marido estava doente e se havia condições dele ser atendido. Ela, muito simpática, disse claro que sim. Cadê ele? Eu disse: está no carro, vou ligar para ele vir. Ela apenas pediu para eu preencher uma ficha bem simples, e assim que ele entrou pediu o número do cartão de saúde de Alberta, e disse que ele deveria ser chamado em aproximadamente 30 minutos.
Por falar no cartão de saúde de Alberta, esse é sem dúvida um dos primeiros documentos que o imigrante deve providenciar. Sai na hora, é bem simples, e você só pode ser atendido em qualquer clínica ou hospital, com esse documento.
Esperamos menos de 15 minutos e ele já foi chamado. Fomos atendido por um médico grego, muito simpático, que brincou com a gente dizendo que eu deveria trocar de marido já que esse estava doente! Examinou e disse que deveria ser alergia. Prescreveu o remédio e disse que havia uma farmácia naquela mesma galeria. Saímos da clínica após aprox. 30 minutos da hora que chegamos, sem pagar um centavo pela consulta.
Fomos direto para a farmácia. O atendente pediu umas informações para preenchimento do cadastro, e demos a receita. Ele pediu 5 minutos e logo voltou. Perguntou a Renato se o remédio que o médico havia passado era um para alergia e o outro uma loção para pele seca. Renato respondeu que sim. Isso me fez lembrar uma situação que eu passei há alguns meses atrás, ainda no Brasil. Eu estava numa crise de urticária muito forte, já tinha ido ao hospital tomar injeção no dia anterior e naquele dia, e no hospital a médica prescreveu um outro remédio para eu ficar tomando em casa. Antes de irmos para casa, passamos na farmácia para comprar o remédio. Compramos, e eu tomei 2 comprimidos, sem checar a bula e o nome do remédio. No dia seguinte, eu simplesmente não conseguia levantar da cama, a urticária não havia melhorado nada e ainda por cima eu estava com um mal estar terrível. Depois de algum tempo, minha mãe preocupada com a situação, foi olhar o remédio que eu estava tomando. O rapaz da farmácia havia me dado o remédio errado, cujo a função era baixar a pressão. O resultado disso, foi dois dias de internação.
Achei o máximo o rapaz da farmácia aqui checar para que serve o remédio, dessa forma, diminui consideravelmente a possibilidade da pessoa levar para casa o remédio errado. E não foi só isso que ele fez, ainda explicou como usar cada um dos remédios. Disse que o comprimido Renato deveria tomar 3 vezes ao dia. E que logo após ele tomar ele vai sentir sonolência, portanto ele não deve dirigir logo após tomar o remédio. Depois explicou como usar a loção. Disse que vai fazer a pele despelar. Que ele deve usar duas vezes por dia, mas não é recomendável o uso prolongado, que use por poucos dias.
Muitas empresas aqui dão como benefício para os funcionários um plano de saúde complementar. Tanto a minha empresa quanto a de Renato da direito. O que é isso? É um plano de saúde privado, que cobre o que o plano público de Alberta não cobre. Como por exemplo, sessões de massagem, armação de óculos, remédios, etc. Tudo o que o plano público cobre, não é permitido por lei que os planos complementares, ou os planos privados cubram.
Então, ao comprar os remédios Renato apresentou o cartão do plano de saúde, e os remédios que custariam um pouco mais de 40 dólares, ficaram por 0. Menos de 1 hora após sairmos de casa, saímos da farmácia, com os remédios nas mãos, com as explicações e não gastamos nenhum centavo.
Agora eu pergunto as pessoas que falam que o sistema de saúde daqui não presta, o que seria melhor que isso??
Essa foi a nossa primeira e única experiência com o sistema de saúde de AB até o momento. Eu realmente pretendo não ter outra pelo menos em mais 5 meses, mas realmente não consigo imaginar algo melhor que isso.
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